domingo, julho 23, 2006

Da solidão e outros bichos

"I will never know
cause you will never show
come on and love me now
come on and love me now"
(The Cardigans)


Às vezes penso em como é incontrolável essa necessidade instintiva do ser humano em estar acompanhado. Definitivamente, somos animais de manada. É difícil reconhecer-se só no mundo. Então procuramos, procuramos, procuramos... E na maior parte das vezes, procuramos sem saber o quê. Uma companhia para as noites vazias? Um amigo melhor que os outros? Um cúmplice nos acompanhar na estrada de pedras amarelas...

E vai que em um momento qualquer a gente se esbarra com ele. O amor acalentado, a ansiada paixão, a alma-gêmea... Ou pelo menos acreditamos que sim. O dia fica mais bonito, o arco-íris tem mais cores, embora tudo continue a mesma coisa. Que lentes engraçadas, essas, não? Projetamos todas as nossas idealizações no outro, como se o outro fosse nosso espelho.

De repente o espelho se quebra. Às vezes, nem tão de repente. Mas e então? Sete anos de azar? Droga de espelho! (Não é sempre muito mais fácil culpar o espelho?! Afinal "o inferno são os outros"). Um olhar, porém, sobre nós mesmos é capaz de revelar um sem número de muletas em que buscamos nos apoiar. Não, definitivamente não dá para culpar o espelho., se o reflexo sobre ele é meu.