sábado, junho 09, 2007

Travessia


Quanto mais escura a água, maior o medo de atravessar o pântano. Mas é além dele que se encontra o sábio salgueiro de raízes milenares. No vento, podemos ouví-lo entoando as canções que estão dentro de nós. E nos perguntamos: que caminho seguir, dentre tantos os caminhos? Quem joga teus dados? Quem rege teu destino?

Iniciada a travessia, temerosos e a passos lentos, já não vemos nossos pés. O lamento dos afogados ecoa, sedutor. Um convite a voltar atrás. Mas o pântano não guarda pegadas. Parar é ser mais uma voz no coral das lamentações.

Ninguém disse que não seria difícil. Ninguém disse que não seria grande a vontade de desistir. A cada passo dúvidas salteadoras nos assomam: o que queres? o que te intimidas? que imagens queres passar? qual a importância que cada uma das pedras de teu caminho tem para ti?

Para além do salgueiro! Atravessemos, então, o pântano, rumo às nossas cidades! Em confronto com tantas angústias e paixões é preciso estar na multidão, pois diante dos espelhos é que vemos nossas verdadeiras faces.

Um comentário:

Leon' Bandeira disse...

o pântano não guarda pegadas


=D